segunda-feira, 25 de junho de 2012

Crítica - Sombras da Noite



Tim Burton mantém em Sombras da Noite seu estilo peculiar de retratar temas sombrios de forma caricaturesca, dando prosseguimento com sua parceria com Johnny Depp, iniciada em Edward, Mãos de Tesoura, e retomada contundentemente com A Fantástica Fábrica de Chocolates.

Em Sombras da Noite, a direção de arte é bastante competente, retratando muito bem a dualidade entre os personagens Barnabas Collins (Johnny Depp) e Angelique Bouchard (Eva Green), e de suas épocas com os anos 70. Apesar de, em alguns momentos parecer preguiçosa, como ao exagerar de forma confusa nas cores azul, vermelho e branco e na maquiagem de Depp, a fotografia cumpre seu papel.

Porém, após poucos minutos, vemos que, apesar de todo o trabalho de arte, o roteiro (escrito pelo instável John August e o inexperiente Seth Grahame-Smith) é fraquíssimo, com motivações pobres que não se sustentam. Com isso, acabamos não nos importamos realmente com nenhum personagem, fazendo com que o segundo ato, todo baseado na reestruturação familiar dos Collins, seja maçante e arrastado, bem chato mesmo.

O filme, infelizmente acaba se resumindo em fazer piadas (a maioria sem graça) utilizando a confusão de Barnabas Collins que, após ficar quase dois séculos trancafiado em um caixão, acorda em 1972, em um mundo totalmente diferente daquele vivido no final do século 18.

Por se prolongar demais no segundo ato, as histórias se resolvem rápido demais no terceiro, com resoluções superficiais deixando muitas pontas soltas e fazendo com que o público fique bem confuso com tantas coisas acontecendo juntas em tão pouco espaço de tempo. 

Tim Burton chega ao absurdo de “sumir” com uma personagem por um tempo pelo fato de simplesmente não saber o que fazer com ela.

Apesar das ótimas atuações de Johnny Depp e Michelle Pfeiffer como Elizabeth Collins, e dos subaproveitados Jackie Earle Haley e Chloë Grace Moretz, Sombras da Noite mostra que, de nada adianta ter ótimos atores e diretores se o roteiro é ruim e principalmente, escrito de forma preguiçosa, apostando na superficialidade dos espectadores.

Tim Burton deveria analisar mais seriamente os roteiros dos seus próximos filmes. 

Nota: 3

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