terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Crítica - A Viagem


A tradução de um título nunca foi tão eficaz. A Viagem (Cloud Atlas), é uma confusão de ideias geniais na qual Tom Tykwer, Andy e Lana Wachowski tentam organizar de forma não linear seis histórias, que acontecem entre o século XIX até um futuro pós-apocaliptico algumas centenas de anos distantes de nós, que se conectam de alguma forma.

Na tentiva de ser um filme intrigante a ponto de almejar se tornar um clássico Sci-fi, A Viagem peca ao gerar nenhuma motivação para que os espectadores embarquem naquela saga. Na verdade, o desejo de assistí-lo até o fim vem do anseio de querer saber onde aquela tonelada de informações jogada na tela de forma prematura e confusa irá parar.

As histórias contadas são bem rasas se analisadas separadamente, sendo que a única intriga latente é tentar "achar" onde ela se interliga e qual sua influência com as demais.


Ao utilizar os mesmos atores em todas as histórias contadas, óbvio que a maquiagem teria que ser levada de forma bastante cuidadosa, o que acabou não acontecendo. Ela é péssima e em nada fica devendo aos piores episódios de Casseta & Planeta e Hermes e Renato. Coisa tosca mesmo, em alguns momentos até vergonhosa e amadora.

Tom Hanks e sua excelente atuação (a única que merece elogio aqui, já que Halle Berry segue uma linha muito metódica e não consegue se destacar) não sustenta os diversos pontos falhos do filme e acaba ficando em segundo plano, diante de tantos problemas estruturais.

Os grandes destaques ficam para os efeitos visuais belíssimos criados pelos irmão Wachowski, principalmente nas cenas em Nova Seoul e nos detalhes que entrelaçam as histórias, que são bem sutis e necessitam total atenção do espectador do início ao fim da exibição.


A Viagem é um filme bastante audacioso e que elevará muito sua capacidade de percepção. Tanto pela complexidade de seu roteiro quanto pela quantidade de detalhes expostos. Porém, ao mesmo tempo em que se mostra inteligente e sagaz, também se mostra bastante cansativo e sem ritmo definido, ora lento demais ora rápido demais, deixando claro a desorganização das ideias e de como transpô-las em tela.

Nota: 6,5/10

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