sábado, 2 de novembro de 2013

Critica - Thor: O Mundo Sombrio


Confesso, as previas de "Thor: O Mundo Sombrio" me deixaram empolgado. Afinal de contas, saímos de Os Vingadores contando os dias para que novas adaptações viessem logo aos cinemas.

Depositei muita esperança na sequência de Thor e tive meu coração perfurado por mil palitos de dente Gina.

Nesse filme, Thor está próximo de pacificar os Nove Reinos e se tornar rei, porém, Malekith, um antigo inimigo de Asgard, é despertado de seu sono pelo Éter, uma poderosíssima arma que esteve escondida por milênios, com o objetivo de trazer a escuridão para o Universo novamente.

Alan Taylor, conhecido por dirigir séries de TV, dirige Thor: O Mundo Sombrio, que teve seu roteiro escrito por Christopher Yost, Christopher Markus e Stephen McFeely, também com trabalhos mais conhecidos na TV.

Quer deixar alguém com cara de mau? Olhos escuros!
Infelizmente essa combinação não culminou em um bom resultado, tornando Thor: O Mundo Sombrio um filme sem um ritmo definido, alternando entre momentos rápidos demais e outros lentos a ponto de causar sono.

Vemos que o diretor se preocupa em retratar o universo de Thor com mais detalhes, porém, apesar de todo o esforço, essa ambientação inicialmente é rápida e bem confusa, e depois de algum tempo, chega a ser preguiçosa.

Contudo, o pior problema do filme é seu roteiro, com lacunas impressionantes (preenchidas com alguns dos piores Deus Ex Machinas já vistos), cheio de clichês, diálogos confusos, piadas em excesso e oportunidades perdidas.

Não tenho nenhum problema com piadas, desde que sejam usadas nos momentos corretos, tal como em uma sequência impagável com Loki e Thor no primeiro ato do filme. Mas utilizar um alivio cômico 5 segundos após uma cena trágica tira todo o peso dramático da primeira cena. 

E o filme é cheio de sequências interrompidas pelo alivio cômico. 

Vemos também as oportunidades que o filme perde de criar conflitos muito mais interessantes, como um possível triangulo amoroso entre Thor, Jane Foster e Sif e suas influencias na trama ou Asgard liderada por Odin inconsequente, obcecado pela vingança.

E fica claro que, seguir por qualquer um dos caminhos alternativos, resultaria em um filme mais digno do selo Marvel de qualidade. 

O vilão é muito mal desenvolvido, e em nenhum momento do filme sentimos receio de que Thor e seu turma do barulho não derrote Malekith.

"Trazer a escuridão para o Universo", convenhamos, é uma motivação bem fraca, e que não se sustenta. 

Na verdade, Loki, o qual é requisitado por Thor para ajudá-lo nesse momento difícil, é um vilão mais assustador que Malekith.

Até porque Tom Hiddleston faz novamente um trabalho exemplar retratando o irmão adotivo de Thor.

A todo momento pensava: "Ok, Malekith é mau, cruel e forte pra cacete, mas... cuidado com esse Loki aí, cara!"

Uma ressalva nesse filme são as atuações de Tom Hiddleston, perfeito como Loki desde sua primeira aparição nesse papel, e Chris Hemsworth, que se mostra mais experiente e por consequência, tem uma atuação mais consistente e convence.

Thor: O Mundo Sombrio tem cenas de ação bacanas (apesar de serem interrompidas por piadas a todo instante), atuações firmes e um trabalho sonoro sóbrio e eficaz mas todos os pontos positivos não sustentam seu roteiro fraco e inconsistente,que se conforma em ser coadjuvante de uma trama maior, mesmo tendo um universo riquíssimo a ser explorado.

Nota: 4/10

P.S.: o filme possui 2 cenas pós-créditos, uma dentro do contexto do filme e outra, focando em Os Vingadores 2 Guardiões da Galáxia.

P.S. 2: Não vale a pena assistir em 3D. Somente James Cameron, Alfonso Cuarón e Martin Scorsese sabem utilizá-lo de uma maneira decente. 

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