terça-feira, 29 de maio de 2012

Crítica - Homens de Preto 3



Dirigido por Barry Sonnenfeld, MIB 3 neuraliza da mente do espectador o segundo filme da série, quando, muito sagazmente, recria boa parte do clima apresentado no primeiro, e melhor, Men In Black da série.


Neste filme, o conflito de personalidades entre o Agente J (Will Smith) e o Agente K (Tommy Lee Jones e Josh Brolin) se mostra renovado, contrapondo o jeito extrovertido de um com a rigidez e seriedade do outro de uma forma muito leve e natural, deixando claro como um completa o outro, formando uma dupla de combatentes à ameaças espaciais imbatível.


De uma forma muito inteligente, Barry Sonnenfeld juntamente com a direção de arte competentíssima de Bill Pope, deixa claro que a vida pessoal dos personagens é inversa a profissional, ao mostrar o apartamento do Agente J frio e monocromático, contrastando com o do Agente K, que é aconchegante e muito interessante.


A direção de arte que faz um ótimo trabalho também ao mostrar a Nova Iorque de 1969 e suas influências para a Agência, ousando ao adotar um estilo retrô-futurista típico dos filmes de James Bond, indo mais longe ainda ao mostrar um oficial de alta patente negro ao passo em que coloca na Agência um porteiro branco, dando um leve tapa na cara ao racismo, muito forte na época retratada.


E para ameaçar a Terra, desta vez temos o cantor da banda Chiclete com Banana o vilão Boris (Jemaine Clemente), que teve o seu braço arrancado por K, pouco antes de ser levado a uma prisão na Lua, feita especialmente para ele, em 1969. Mais de 40 anos depois, Boris escapa da prisão com o objetivo de voltar tempo e matar o Agente K antes do ocorrido.


"Boris, o Animal" é muito bem construído, causando medo desde sua primeira aparição. Os planos, sempre fechados e de baixo para cima, sua voz forte, bem pontuada e com nuances na tessitura, nos passa a sensação de força e poder do personagem, realçados pela boa atuação de Jemaine.


Porém, o ponto alto do filme é a atuação de Josh Brolin, que em nenhum momento nos deixa dúvidas em estar vendo o Agente K mais novo e um pouco menos sério, contudo sem perder a individualidade criada por Tommy Lee Jones para o personagem.




Já Will Smith tem seu próprio estilo e não faz questão em fugir dele, mostrando uma nova face para o Agente J apenas no terceiro ato do filme, quando J visualiza a real importância de K em sua vida. Jones segue sóbrio, como sempre, mantendo o nível dos trabalhos anteriores.


Entre altos, que vão de elipses inteligentíssimas a uma viagem no tempo bem original, e baixos (planos muito fechados desnecessariamente) temos um filme competente, que alia um roteiro interessante a uma direção sem exageros, trazendo de forma satisfatória (inclusive fazendo várias referências durante o longa), todo o universo criado há 15 anos.

Nota: 6

P.S.: Obrigado ao @SeuRoberts pelo aviso sobre as datas.

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